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Marcos Resende Coisas

Marcos Resende Coisas

Coisas de Mel Brooks

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01.
O que os presidentes não fazem com suas esposas, acabam fazendo com o país.

02.
É um longo vôo, daqui até a Iugoslávia, e você aterrissa num milharal. Eles acham que isso amortece o pouso. No hotel você é esperado por mosquitos do tamanho de George Foreman,  sentados de pernas cruzadas naquelas cadeiras de braços. A comida na Iugoslávia é muito boa ou muito ruim – se você gostar de correntes fritas. Não há muito o que se fazer à noite, porque toda Belgrado é iluminada por uma lâmpada de dez velas.  E não se pode ir a lugar nenhum, porque Tito saiu com o carro.

03.
Essa história de complexo de Édipo é conversa fiada. Claro que um filho pode levar sua própria mãe ao cinema numa noite de sábado e dar-lhe um malho durante o filme ou uns amassos no banco de trás do carro.  Mas, ir para para a cama com ela? Isso é loucura!

04.
Uma gafe é apenas a verdade dita na hora errada.

05.
Mau gosto é simplesmente dizer as verdades antes que devessem ser ditas.

06.
Olha, eu não quero parecer filosófico, mas vou dizer que se você estiver vivo tem que bater os braços e pernas, tem que pular muito, pois a vida é exatamente o oposto da morte, e, portanto, você deve pelo menos pensar barulhento e colorido, ou você não está vivo.

07.
Aquele que hesita é pobre.

08.
Humor é apenas mais uma defesa contra o universo.

09.
Posso estar irado com Deus ou com o mundo, e estou certo de que grande parte das minhas comédias é baseada em fúria e hostilidade… Isso vem de uma sensação de que como judeu e como pessoa, eu não me encaixo na média da sociedade americana. Sentir-se diferente, sentir-se alienado, sentir-se perseguido, sentir que a única maneira de você lidar com o mundo é rindo – porque se você não ri, vai chorar e nunca parar de chorar – isso provavelmente é responsável por os judeus terem desenvolvido tanto senso de humor. O povo que teve o maior motivo para chorar aprendeu, mais que qualquer outro, a rir. Baseado nas conquistas dos indivíduos judeus, nos ganhadores do Prêmio Nobel e nos heróis da cultura moderna, bem como na quantidade de atenção que os judeus recebem da mídia, você jamais acreditaria nas respostas certas: há pouco mais de 13 milhões de judeus no mundo, o que compreende menos de ¼ de 1% da população mundial!!! Você acha que é apenas uma coincidência? Vinte e um por cento dos ganhadores do Prêmio Nobel foram judeus, embora eles formem menos de um quarto de um por cento da população do mundo. Escolha qualquer área, e você verá que os judeus se destacaram nela. Pense nos nomes de muitas figuras dos tempos atuais, responsáveis pelas maiores conquistas intelectuais da história – Marx, Freud, Einstein – e encontrará prova do veredicto bíblico: “Certamente este é um povo sábio e inteligente.” Simplesmente não há maneira de negar isto. Os judeus são realmente inteligentes. Deve haver um motivo – e posso dar-lhe três: hereditariedade, ambiente e um sistema único de valores.

HEREDITARIEDADE
Os historiadores têm destacado uma fascinante diferença entre judeus e cristãos. No Cristianismo, bem como em muitas outras religiões, a santidade foi identificada com ascetismo, grande espiritualidade com a prática do celibato. Durante séculos as mentes mais notáveis entre os cristãos foram convidadas a entrar para a igreja e se tornarem sacerdotes. Isso efetivamente condenou sua herança genética de inteligência a um fim prematuro.Os judeus, por outro lado, levaram muito a sério o primeiro mandamento da humanidade – serem frutíferos e se multiplicarem. O sexo nunca foi visto como pecaminoso, mas, sim, como uma daquelas coisas criadas por Deus que Ele certamente deve ter tido em mente quando declarou, ao rever Sua obra: “Veja, tudo era muito bom”.


Entre os judeus, os mais inteligentes foram encorajados a se tornarem líderes religiosos. Como rabinos, eles tinham de servir como modelos para seus congregantes como procriadores e “pais de seus países.” A inteligência foi passando de geração em geração, e os judeus de hoje ainda estão colhendo os benefícios de seus ancestrais.

AMBIENTE
Se desafio e reação são as chaves para a criatividade e realização, não admira os resultados para a mente; eles têm sido desafiados mais que qualquer outro povo na terra. A escola da dureza é um maravilhoso professor. Os judeus não tiveram escolha exceto aprenderem a ser melhores que os outros, pois as probabilidades eram sempre contra eles.

UM SISTEMA ÚNICO DE VALORES
Ainda não abordamos o motivo mais importante de todos. Os judeus são inteligentes porque foram criados numa tradição que valoriza a educação acima de tudo, que considera o estudo a maior obrigação da humanidade, e que identifica o intelecto como a parte de nós “criada à imagem de Deus.” Ser analfabeto era impensável no mundo judaico, não apenas porque era um sinal de estupidez, mas, principalmente, porque era um pecado.

Os judeus são obrigados por lei a ler a Torá inteira todo ano, dividindo-a em seções semanais. O costume largamente seguido era quando uma criança completava três anos de idade, devia escrever com mel as letras do alfabeto hebraico, e fazer a criança aprendê-las enquanto as lambia, comparando seu significado com o sabor da doçura. Os judeus estudavam o midrash, e lhes é ensinado: “A Espada e o Livro vieram juntos do Céu, e o Eterno disse: Guarde o que está escrito neste livro ou seja destruído pelo outro".

O Tevye filosófico, aquela deliciosa criação do escritor yidish Shalom Aleichem e estrela de Um Violinista no Telhado, explicou que os judeus sempre usam chapéus porque nunca sabem quando serão forçados a viajar. O que ele não disse, que provavelmente é mais importante, é que eles sempre asseguram de ter algo debaixo dos chapéus e dentro da cabeça – porque as posses físicas podem ser tiradas deles, mas aquilo que acumularam na mente sempre vai permanecer como a maior “mercadoria” que um judeu possui.

(E você achava que Mel Brooks era apenas um homem engraçado.)

  
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Mel Brooks, nome artístico de Melvin Kaminsky (Nova York, 28.06.1926), é um ator e cineasta americano de origem judaica. Uma das poucas pessoas que receberam um Oscar(prêmio do cinema), um Grammy (prêmio de música), um Emmy (prémio de TV), e um Tony (prêmio de teatro). Os maiores em cada categoria.